quinta-feira, 25 de julho de 2024

O Equívoco da EDM!!!

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Por: Quitéria Guirengane. 
Parece-me um paradoxo: é responsabilidade social de uma empresa pública desviar a aplicação dos parcos recursos vitais que tem para apoiar outro sector público? Por muito nobre que seja a intenção, neste país temos muitas comunidades ainda não iluminadas e outras com energia cara, instável e de pouca qualidade. Temos muitos cidadãos a contribuírem nos seus bairros para comprar postes porque a EDM alega não ter orçamento para o efeito. Fazer doações desta natureza pode significar que se dispõe de lucros avultados que se podem dispensar a outros sectores.
As acções voluntárias de responsabilidade social que esperamos da EDM são primariamente garantir que os bairros, as escolas, os hospitais não fiquem as escuras como têm ficado, com perdas humanas incalculáveis. Seria o curso nocturno não perder aulas por falta de energia, seria o Banco de Socorro dos Hospitais não ficar sem assistência como ocorreu a dias em Mavalane por falta de energia, seria as comunidades rurais não ficarem sem produzir usando tecnologias agrárias por falta de energia. Cidadãos têm limitado acesso à informação porque suas casas não estão iluminadas ou porque credelec está muito caro. Menos de metade da população tem cobertura eléctrica em Moçambique.
Até na responsabilidade social é preciso contextualizar e ter foco. Sei que é uma prática antiga; material médico é, sem dúvidas, prioridade, mas devemos deixá-lo a cargo do sector da saúde, das empresas privadas, das ONGs, da Comunidade Internacional, de filantrópos e de outros actores. De outro modo, não deve a EDM mobilizar mais financiamento para iluminar Moçambique.

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