No Julgamento das Dívidas Ocultas, um dos arguidos afirmou que muitas notas (que equivalem Biliões de Meticais) foram escondidas na Presidência da República, disfarçadas em caixas de vinho.
O Banco de Moçambique acaba de introduzir uma nova linha de notas do Metical substituindo todas as que estavam em vigor até 15 de Junho. Vale lembrar que imprimir notas de dinheiro custa muitíssimo caro, e não é feito em Moçambique. E se o Banco Central teve a coragem de gastar tanto dinheiro para produzir novo tipo de notas, num contexto de profunda crise na economia nacional, é porque há algo gravíssimo (importante na óptica do Banco) por detrás.
Nos tempos da Faculdade, meu Docente de Economia de Moçambique, Professor Doutor João Barros, contou uma história da substituição rápida da moeda do colono (Escudo) para a moeda nacional (Metical). Ele disse que nas vésperas da Independência, muitos colonos roubaram massas de dinheiro físico, meteram em malas, barris, e em vários recipientes, e fugiram com o dinheiro.
Então, a estratégia do Banco Central para invalidar as notas roubadas, como não tinha como descobrir onde e com quem estavam, foi a substituição das antigas notas pelas novas. Assim, todo mundo que tinha as antigas notas deveria jogá-las fora porque já não serviam mais, ou então ir ao Banco com esses sacos de dinheiro para trocar com as novas notas, e então explicar de onde vem tanto dinheiro.
Com esta nova substituição das notas, algo diz-me que poderemos estar perante um desmantelamento de uma rede de corruptos que terão acumulado ilicitamente sacos de dinheiro, e o Banco Central mostrou-lhes quem é mais esperto que o outro.
Parece-me que o Banco Central acaba de desmantelar uma rede de branqueamento de capitais. Meus parabéns à equipe admnistrativa do Banco de Moçambique. Bem Haja! Corrupção Zero!